O ano é 1630. A região estendia-se do norte do curso inferior do rio São Francisco em Alagoas, até as terras vizinhas do Cabo de Santo Agostinho em Pernambuco, numa área aproximadamente de 27.000 quilômetros quadrados. Denominava-se Palmares, pois suas terras contavam com grande quantidade de palmeira pindoba. Uma região de difícil acesso, onde os negros se espalhavam, dificultando as investidas dos brancos, que exigiam das autoridades alguma ação contra o quilombo desde o domínio holandês.Nesse período a economia colonial baseava-se no cultivo da cana-de-açúcar, produzida no Nordeste em latifúndios e com mão-de-obra escrava predominantemente africana.A formação de quilombos, foi a principal forma de resistência negra frente a escravidão. Eram aldeamentos de negros que fugiam dos latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e mais duradouro foi Palmares. Desenvolveu-se através do artesanato e do cultivo do milho, feijão, mandioca, banana e cana-de-açúcar, além do comércio com aldeias vizinhas. A colaboração de brancos com Palmares foi freqüente, pois seus excedentes agrícolas interessavam aos mascates e lavradores que os trocavam por utensílios e armas.O primeiro líder de Palmares foi Ganga Zumba, substituído depois de morto por seu sobrinho Zumbi, o maior líder negro da História do Brasil, assassinado covardemente por Domingos Jorge Velho em 1695, que um ano antes havia comandado a destruição do quilombo.Como Palmares simbolizava a liberdade, acabava tornando-se uma atração constante para novas fugas de escravos. Por sua organização econômica, política e social, constituiu-se num verdadeiro "Brasil negro" dentro de um "Brasil branco".