sábado, 5 de abril de 2008

Joana Angélica (Walter Lima Jr.) - 1979




Melhor filme, direção, roteiro e fotografia no I Festival Nacional de Filmes para a Televisão (Curitiba, 1981). Estrelando: Maria fernada (Joana Angélica) filha da poetisa e inesquecícel Cecília Meireles.


Em fevereiro de 1822, num clima de insatisfação popular com o domínio português, um grupo de soldados bêbados tenta invadir o convento franciscano da Lapa, em Salvador. A Madre Joana Angélica resiste ao assédio colocando seu próprio corpo como obstáculo e é assassinada à porta do convento. Com esse gesto, tornou-se mártir da Independência brasileira e passou a ser reverenciada pelo povo baiano nos desfiles do 2 de julho. As várias versões sobre os motivos da atitude de Joana Angélica são encenadas e comentadas por historiadores num misto de documentário e encenação realizado como filme-piloto da série de televisão “Gesto Histórico”, imaginada por Walter Lima Jr. e o historiador Manoel Maurício. O projeto não teve continuidade e este filme nunca chegou à televisão comercial, embora tenha ficado como modelo de uma investigação audiovisual sofisticada sobre a História do Brasil.A narrativa confunde deliberadamente os tempos histórico e atual, e os atores e equipe rompem constantemente os limites da representação. Fatos, mitos e sua análise combinam-se numa visão multifacetada do contexto pré-Independência. A gênese da figura do herói é objeto de um depoimento memorável do psicanalista Hélio Pelegrino.