quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A Hora da Estrela (Clarice Lispector) - 1985


Macabéa leva uma vida simples e sem grandes emoções. Começa a namorar Olímpico de Jesus, que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Assim sendo,abandona-a para ficar com Glória (colega de trabalho), cujo pai era açougueiro, o que sugeria ao ambicioso nordestino a possibilidade de melhora financeira.Sentindo dores constantes, Macabéa vai ao médico e descobre que tem tuberculose, mas não conta a ninguém. Glória percebe a tristeza da colega e a aconselha a buscar consolonuma cartomante. Madame Carlota prevê um futuro feliz, que viria de um estrangeiro assim que a nordestina saísse daquela casa. De certa forma, é o que acontece: ao sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por um homem que dirigia um luxuoso Mercedes-Benz e acaba morrendo.Esta é a sua "hora da estrela", momento de libertação para alguém que, afinal, "vivia numa cidadetoda feita contra ela.

Lavoura Arcaica (Luiz Fernando Carvalho) - 2001


André é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e o sufocamento da ternura materna. Pedro, seu irmão mais velho, recebe de sua mãe a missão de trazê-lo de volta ao lar. Cedendo aos apelos da mãe e de Pedro, André resolve voltar para a casa dos seus pais, mas irá quebrar definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana.

Bicho de Sete Cabeças (Luis Bolognesi) - 2001



Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisséia vivida por Neto, um jovem de classe média baixa que leva uma vida comum até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um cigarro de maconha em seu bolso. O fato é a gota d'água que deflagra a tragédia na família. Neto é um adolescente em busca de emoções e liberdade, com pequenas rebeldias incompreendidas pelo pai, como pichar muros e usar brincos. A falta de entendimento leva ao endurecimento da relação dentro de casa e o medo de perder o controle sobre o filho vira o amor do avesso.No manicômio, Neto conhece uma realidade absurda e desumana, onde os internos são devorados por um sistema corrupto e cruel. A linguagem de documentário utilizada pela diretora empresta ao filme uma forte sensação de realidade, aumentando ainda mais o impacto das emoções vividas pelo protagonista.

O Monge e a Filha do Carrasco (Walter Lima Jr.) - 1996


Numa cidade indefinida, por volta do ano de 1700, a jovem Benedicta é estigmatizada pela comunidade por ser filha do carrasco local. O monge Ambrosius, recém-chegado, se compadece da moça ao mesmo tempo em que se deixa sensibilizar por sua beleza e solidariedade. Seu interesse por ela desencadeia, externamente, o ciúme de Rochus, filho de um homem poderoso, e, internamente, um conflito entre a paixão e a compaixão, entre o compromisso clerical e o chamado do prazer.

Eles não usam black-tie (Gianfrancesco Guarnieri) - 1981




Em São Paulo, em 1980, o jovem operário Tião e sua namorada Maria decidem casar-se ao saber que a moça está grávida. Ao mesmo tempo, eclode um movimento grevista que divide a categoria metalúrgica. Preocupado com o casamento e temendo perder o emprego, Tião fura a greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante o regime militar.

Cidade de Deus ( Paulo Lins) - 2002


Buscapé é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.

Chico Rei (Walter Lima Jr.) - 1985



Em meados do século 18, Galanga, rei do Congo, é aprisionado e vendido como escravo. Trazido da África num navio negreiro, recebe o cognome de Chico Rei e vai trabalhar nas minas de ouro de um desafeto do governador de Vila Rica. Escondendo pepitas no corpo e nos cabelos, Galanga habilita-se a comprar sua alforria e, após a desgraça do seu ex-senhor, adquire a mina Encardideira, tornando-se o primeiro negro proprietário. Ele associa-se a uma irmandade para ajudar outros negros a comprarem sua liberdade.

Carandiru (Drauzio Varella) - 2002



Quando o médico Drauzio Varella resolve fazer um trabalho de prevenção à AIDS na Casa de Detenção de São Paulo toma contato com o que, aqui fora, temos até medo de imaginar: violência, superlotação, instalações precárias, falta de assistência médica e jurídica, falta de tudo. Com seus mais de sete mil detentos, merece sua fama de "inferno na terra". Porém, nosso personagem logo percebe que, mesmo vivendo numa situação limite, os internos não representam figuras demoníacas. Ao contrário, ele testemunha solidariedade, organização e, acima de tudo, uma grande disposição de viver.

Caramuru, A Invenção do Brasil (Guel Arraes e Jorge Furtado) - 2001


Em 1º de janeiro de 1500 um novo mundo é descoberto pelos europeus, graças a grandes avanços técnicos na arte náutica e na elaboração de mapas. É neste contexto que vive em Portugual o jovem Diogo, pintor que é contratado para ilustrar um mapa e, por ser enganado pela sedutora Isabelle, acaba sendo punido com a deportação na caravela comandada por Vasco de Athayde. Mas a caravela onde Diogo está acaba naufragando ele, por milagre, consegue chegar ao litoral brasileiro. Lá ele conhece a bela índia Paraguaçu com quem logo inicia um romance temperado posteriormente pela inclusão de uma terceira pessoa: a índia Moema, irmã de Paraguaçu.

Narradores de Javé (Eliana Caffé, Luiz Alberto de Abreu) - 2003


Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que êles se deparam com o anúncio de que Javé pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidro-elétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: vão preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.

Anchieta, José do Brasil (Paulo César Saraceni) - 1978


Chegado ao Brasil em 1553, o padre José de Anchieta aprende a língua dos índios Tupi, elabora uma gramática, observa os costumes e classifica a flora local, evitando atritos com os colonos. Durante a intervenção francesa, negoceia a paz e ocupa-se dos Tamoios, com o padre Manoel da Nóbrega. A escravatura compromete o seu apostalado, mas Anchieta converte-se numa figura mítica...

Vida de Menina (Helena Morley) - 2004




Uma grande personagem essencialmente brasileira, num momento crítico de sua vida, quando ela briga para estabelecer sua liberdade e integridade. Tendo como pano de fundo um Brasil que acaba de abolir a escravatura e proclamar a República, Helena Morley começa a escrever o seu diário, que nos revela seu universo e um país que adolesce junto com a menina. Nesse momento da vida, Helena é magra, desengonçada, e sardenta: se acha feia. Não é boa aluna, nem comportada como sua irmã Luizinha; seu apelido é "Tempestade". Mas Helena, como nenhuma outra garota de Diamantina, escreve. É nesse diário que Helena debocha e desmascara as pretensas virtudes alheias. Procurando com sofreguidão não perder uma infantil alegria de viver, e reinventando o mundo a sua maneira, Helena Morley é o diamante mais raro de Diamantina.

Desmundo (Ana Miranda) - 2003


Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela, é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D'Aragão se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque, que a leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que lhe dê algum tempo, para ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu marido não tem e ele praticamente a violenta.

Central do Brasil (João Emanuel Carneiro, Marcos Berstein) - 1998


Mulher que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, ajuda menino, após sua mãe ser atropelada, a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, nho interior do Nordeste.

Premiações- Recebeu 2 indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e Melhor Filme Estrangeiro. - Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado na categoria de Melhor Atriz em Drama (Fernanda Montenegro). - Ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme, o Urso de Prata de Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) e Prêmio Especial do Júri, no Festival de Berlim. - Recebeu a indicação de Melhor Filme Estrangeiro no César. - Recebeu a indicação de Melhor Filme Estrangeiro no Independent Spirit Awards.

A Cartomante (Machado de Assis) - 2004


Rita se apaixona pelo bad boy Camilo. O romance teria tudo para ser perfeito não fosse a armadilha do destino: Rita está noiva de Vilela, médico competente, ambicioso, mas simplesmente o melhor amigo de Camilo. Entre a nova paixão e a certeza do romance seguro, Rita procura uma cartomante para ouvir o que o futuro lhe reserva. Mas as previsões da mística mulher não estão de acordo com conselhos que Rita ouve de sua analista, a dedicada Dra. Antonia. E a jovem se vê diante da dúvida: é possível prever o destino e controlar nossas vidas?

Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) - 2001


Após ter morrido, em pleno ano de 1869, Brás Cubas decide por narrar sua história e revisitar os fatos mais importantes de sua vida, a fim de se distrair na eternidade. A partir de então ele relembra de amigos como Quincas Borba, de sua displicente formação acadêmica em Portugal, dos amores de sua vida e ainda do privilégio que teve de nunca ter precisado trabalhar em sua vida.

Dom (Machado de Assis) - 2003


Bento, cujos pais, apreciadores de Machado de Assis, resolveram batizá-lo assim em homenagem ao personagem do livro. Tantas vezes justificada a razão da homenagem, que Bento cresceu com a idéia fixa de que seria o próprio Bento, e destinado a viver, exatamente, aquela história. Até chamava sua amiga de infância no Rio de Janeiro, Ana, de Capitu. Seus amigos, sabedores do seu sentimento de predestinação, lhe apelidaram, Dom. Bento e Ana separaram-se quando a família do menino mudou-se para São Paulo. Já adulto, Bento foi trabalhar como engenheiro de produção, e vinha freqüentemente ao Rio. Dom reencontra a sua Capitu e dali renasce o romance da infância, só que, agora, avassalador.

Madame Satã (Karim Ainouz) - 2002


Rio de Janeiro, 1932. No bairro da Lapa vive encarcerado na prisão João Francisco, artista transformista que sonha em se tornar um grande astro dos palcos. Após deixar o cárcere, João passa a viver com Laurita, prostituta e sua "esposa"; Firmina, a filha de Laurita; Tabu, seu cúmplice; Renatinho, sem amante e também traidor; e ainda Amador, dono do bar Danúbio Azul. É neste ambiente que João Francisco irá se transformar no mito Madame Satã.

O Aleijadinho (Geraldo e Renato dos Santos Pereira) - 2000


Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, tomou-se artista famoso com suas esculturas dos Profetas e igrejas inteiras de Ouro Preto e outras cidades brasileiras durante o século XVIII, mas uma doença misteriosa destruiu seus dedos, mãos, braços e tirou sua vida. Um professor e historiador procura pela nora viva de Aleijadinho, falecido em 1814. A história é narrada em forma de flash-back desde o nascimento, infância, juventude, formação artística e cultural até a vida apaixonada e gloriosa.

Vestido de Noiva (Nelson Rodrigues) - 2006



Após ser atropelada, a bela Alaíde (Simone Spoladore) é levada para o hospital com muitas dores, alucinação e perda de memória. Ela se lembra de sua vida desde o momento em que leu o diário da cafetina Madame Clessi (Marília Pera), ao mudar-se para a casa que fora há 37 anos um bordel. Nesse misto de alucinação e memória ela se encontra com a mítica cafetina, a quem conta tudo o que se passou após a morte desta. Alaíde também consegue se lembrar das brigas que teve com sua irmã, que amava o homem que na época era seu noivo e depois tornou-se seu marido. Outra lembrança é que horas antes do atropelamento Alaíde tinha descoberto o plano de sua irmã e seu marido para matá-la e, após sua morte, se casarem. Mas esta ela não sabe se realmente aconteceu ou se é fruto de sua imaginação.

Jeca Tatu (Monteiro Lobato) - 1959



Jeca é um caipira priguiçoso e simplório que tem sua propriedade ameaçada pela ganância de um latifundiário.
-Nos letreiros de apresentação do filme continham a frase "esta história é baseada no conto ‘Jeca Tatuzinho’ cujos direitos autorais foram cedidos graciosamente pelo ‘Instituto Medicamenta (sic) Fontoura S/A’; expresso aqui meu agradecimento - Mazzaropi" - Canções "Ave Maria", samba-canção de Vicente Paiva e J. Redondo, canta Lana Bittencourt, gravado em disco Columbia; "Tempo para amar", rock de Fred Jorge e Mário Genari Filho, cantam Tony Campello e Cely Campello; "Estrada do Sol", samba-canção de Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran, canta Agnaldo Rayol, gravado em disco Copacabana; "Fogo no rancho", de Elpídio dos Santos e Anacleto Rosa, canta Mazzaropi; "Pra mim o azar é festa", de João Izidoro Pereira e Ado Benatti, canta Mazzaropi.

Menino Maluquinho 02, a Aventura (Ziraldo) - 1999


Maluquinho vai passar as férias de julho com o vovô Tonico e com seus amigos tentará ajudar o avô a conseguir verba para as comemorações do centenário da cidade, já que o prefeito Costa quer demonstrar força e poder e se recusa em liberar o dinheiro. Paralelamente as crianças fazem amizade com uma entidade, o Tatá-mirim, que se assemelha a uma labareda. Porém, surge outra entidade para levá-lo para o centro da terra, antes que ele fique muito fraco e se apague para sempre.

Menino Maluquinho (Ziraldo) - 1994


As travessuras de um garoto de classe média que, juntamente com seus amigos, participa de corridas de carrinho de rolimã e diversas outras brincadeiras. Maluquinho, um menino travesso da classe média, adora brincar e pregar peças nos amigos, mas sofre quando seus pais se separam. Mas aí aparece o Vovô Passarinho, que o leva para umas férias na fazenda, onde vive agitadas aventuras.

Tieta do Agreste (Jorge Amado) - 1996




Aos 17 anos de idade, Tieta (Patrícia França) viveu aventuras amorosas que escandalizaram a população e fizeram com que seu pai, Zé Esteves (Chico Anysio), a expulsasse da cidade. Afastada de sua família e amigos, Tieta manteve contato através de cartas, enviando ainda ajuda financeira a seu pai e suas duas irmãs, Tonha (Noélia Montanhas) e Perpétua (Marília Pera). Até que, 26 anos após ser expulsa, Tieta (Sônia Braga) retorna à cidade de Santana do Agreste.

Policarpo Quaresma, Herói do Brasil (Lima Barreto) - 1988


O major Policarpo Quaresma é um sonhador. Um visionário que ama o seu país e deseja vê-lo tão grandioso quanto, acredita, o Brasil pode ser. A sua luta se inicia no Congresso. Policarpo quer que o tupi-guarani seja adotado como idioma nacional. Ele tem o apoio de sua afilhada Olga por quem nutre um afeto especial e Ricardo Coração dos Outros trovador e compositor de modinhas que conta a história do nosso herói do Brasil.

domingo, 18 de novembro de 2007

As Meninas (Lygia Fagundes Telles) - 1996


São Paulo, 1971 uma época de guerrilhas urbanas e repressão política. Lorena (Adriana Esteves), Lia (Drica Moraes) e Ana Clara (Cláudia Liz)são três jovens universitárias que moram num pensionato de freiras. A faculdade está em greve e as três meninas são as únicas que permanecem por ali em buscade seus destinos. Mas não importa que suas trajetórias não sejam coincidentes. Lorena é rica, mas vive atormentada por seus problemas existencias, Lia é forte,decidida e liberada sexualmente e acabou se envolvendo em atividades universitáriasconsideras "subversivas", Ana Clara é pobre e auto destrutiva, não tem a nobreza de Lorena nem a inteligência de Lia. Juntas,essas meninas viverão um turbilhão de emoções que marcou uma época de mudanças.

Sinhá Moça (Maria Dezone Pacheco Fernandez) - 1953


Sinhá Moça, filha de um grande fazendeiro possuidor de muitos escravos, se rebela contra o pai, briga pela causa dos escravos, os quais acabam por entrar em luta sangrenta contra seus algozes, um advogado que se apaixona por ela, procura organizar a campanha abolicionista e...

Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel (José de Alencar) - 1976


Iracema. Um dos mais belos romances da literatura romântica brasileira, foi publicado em 1865, escrito por José de Alencar. O Romance conta, de forma quase poética, o amor de um branco, Martim Soares Moreno, pela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos tão escuros como a asa da graúna.
A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus grego da guerra, Marte) representa a cultura (européia). Da junção dos dois surgirá a nação brasileira representada alegoricamente, então, pelo filho do casal, Moacir ("filho do sofrimento").

Para alguns críticos, a palavra Iracema é um anagrama de América, tratando-se o livro pois de uma metáfora sobre a colonização americana pelos europeus. O desenvolvimento da história e principalmente o final assemelham-se em muito a história do novo continente.

A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo) - 1971


De Joaquim Manuel de Macedo - a primeira heroína tipicamente brasileira de nossa literatura, ganha vida num musical envolvente que tem como cenário a ilha de Paquetá. Conduzido pelo estilo colonial e bem humorado das brincadeiras e namoros de estudantes, Carolina ( Sonia Braga) é uma bela e inquieta jovem, que idealiza tornar seu sonho realidade - uma jura de amor que a acompanha desde criança. No luxo das festas e bailes do fim do século passado, o tema central é o amor, num clima poético que faz deste romance um dos filmes preferidos do público brasileiro.

O Guarani (José de Alencar) - 1995


Publicado em 1857 (inicialmente em folhetins e no mesmo ano em volume) O Guarani é considerado a ?epopéia da formação da nossa nacionalidade?, dentro do propósito romântico de afirmação nacional e exaltação patriótica. Idealizando tanto o índio como o colonizador português, que constituem o esteio de nossa raça...
José de Alencar cultivou, além do romance indianista, o romance histórico, o regionalista e o urbano (de costumes). No romance indianista, abarcou três fases da nossa história relativamente ao contato entre o índio e o branco:
O período pré-cabralino: Ubirajara, cujo enredo se passa antes da colonização portuguesa, com os índios ainda livres de qualquer influência estrangeira;
Os primeiros contatos entre o índio e o branco: Iracema, cujo enredo é dominado pela relação amorosa entre a personagem-título e o guerreiro português Martim;
A colonização: O Guarani, que trata da convivência entre o índio e o branco já no processo de colonização.

Senhora (José de Alencar) - 1976


ELENCO:
Elaine Cristina (Aurélia), Paulo Figueiredo (Fernando), Chico Martins (Lemos), Flávio Galvão (Eduardo), Etty Fraser (Firmina), Yara Lins (D. Emília), Sadi Cabral, Ana Maria Dias, Elizabeth Hartman, Amilton Monteiro, Ruthinéa de Moraes, Aldo Cezar, Flaminio Fávero, Olivia Camargo, Leonor Navarro, Marilene de Carvalho.
Publicado originalmente em 1875, mais que uma história de amor, Senhora é uma crítica aos costumes de uma época em que a mulher valia pelo dote que podia oferecer no mercado matrimonial.
O romance conta a história de Aurélia, moça pobre e sofrida, sem esperanças de casar-se por não dispor de um dote. Vive um breve mas intenso namoro com Fernando Seixas, rapaz vaidoso e endividado que, embora apaixonado por ela, abandona-a, seduzido pela oferta de um dote, comprometendo-se com outra moça.Após perder pai, mãe, irmão, Aurélia herda inesperadamente a fortuna do avó paterno, que nunca a reconhecera como neta. Torna-se, então, a mulher mais rica e cobiçada da corte. Poderia escolher qualquer marido, mas prefere casar-se com Fernando, desejando vingar-se dele...

Lucíola, o Anjo Pecador (José de Alencar) - 1975


Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, Paulo fora convidadopor um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher. Lúcia era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos,essa foi a impressão de Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela e ciente do interesse dela por ricos senhores da região.

O Cortiço (Aluízio Azevedo) - 1977


Adaptação da obra de Aluizio Azevedo, o filme descreve a vida de um cortiço do Rio de Janeiro no final do século passado, à época da escravatura, O Cortiço é de propriedade de um português chamado João Romão que ambiciona ter a mesma riqueza de seu vizinho Miranda, um rico barão do Império. "João Romão, português, bronco e ambicioso, ajuntando dinheiro a poder de penosos sacrifícios, compra pequeno estabelecimento comercial no subúrbio da cidade (Rio de Janeiro). Ao lado morava uma preta, escrava fugida, trabalhadeira, que possuía uma quitanda e umas economias. Os dois amasiam-se, passando a escrava a trabalhar como burro de carga para João Romão. Com o dinheiro de Bertoloza (assim se chamava a ex-escrava), o português compra algumas braças de terra e alarga sua propriedade. Para agradar a Bertoleza, forja uma falsa carta de alforria. Com o decorrer do tempo, João Romão compra mais terras e nelas constrói três casinhas que imediatamente aluga. O negócio dá certo o novos cubículos se vão amontoando na propriedade do português. A procura de habitação é enorme, e João Romão, ganancioso, acaba construindo vasto e movimentado cortiço. Ao lado vem morar outro português, mas de classe elevada, com certos ares de pessoa importante, o Senhor Miranda, cuja mulher leva vida irregular. Miranda não se dá com João Romão, nem vê com bons olhos o cortiço perto de sua casa. No cortiço moram os mais variados tipos: brancos, pretos, mulatos, lavadeiras, malandros, assassinos, vadios, benzedeiras etc. Entre outros: a Machona, lavadeira gritalhona, "cujos filhos não se pareciam uns com os outros"; Alexandre, mulato pernóstico; Pombinha, moça franzina que se desencaminha por influência das más companhias; Rita Baiana, mulata faceira que andava amigada na ocasião com Firmo, malandro valentão; Jerônimo e sua mulher, e outros mais. João Romão tem agora uma pedreira que lhe dá muito dinheiro. No cortiço há festas com certa freqüência, destacando-se nelas Rita Baiana como dançarina provocante e sensual...."

O Seminarista (Bernardo Guimarães) - 1976



No interior de Minas Gerais, Eugênio, filho de fazendeiros, passa a infância ao lado de Margarida, filha de uma simples agregada da fazenda. Dessa convivência nasce o amor. Para evitar que o caso de amor progrida, os pais de Eugênio o internam em um seminário, obrigando-o a seguir a carreira eclesiática. O tempo passa mas Eugênio não esquece Margarida. Com a ajuda dos padres, seus pais inventam a notícia do casamento da moça, o que desilude Eugênio e o faz decidir-se pela vida de padre.
Eugênio ao voltar para a vila natal, ele é chamado a socorrer uma moça doente. Era Margarida. Ela lhe conta toda a verdade: tinha sido expulsa da fazenda, com a sua mãe, já morta, passava necessidades e não tinha casado com ninguém, pois ainda o amava. A paixão renasce com aquela visita e no dia seguinte os dois entregam-se ao amor.
Atormentado pelo remorso, Eugênio se prepara para rezar sua primeira missa quando alguém o chama para encomendar um cadáver que acabou de chegar à igreja. Era o corpo de Margarida. Eugênio não resiste ao choque e na hora da missa enlouquece.

O Crime do Padre Amaro (Eça de Queiroz) - 2002



O jovem padre Amaro (Gael García Bernal) acaba de ser ordenado e em breve irá para Roma continuar seus estudos, graças à boa relação que mantém com o bispo. Antes, contudo, deve trabalhar em uma paróquia. Ele é enviado para Los Reyes para atuar sob as ordens do padre Benito (Sancho Gracia), o vigário que aparentemente vive uma existência corrupta e contraditória. Lá Amaro conhece a linda e devota Amelia (Ana Claudia Talancón), filha de Sanjuanera (Angélica Aragón), dona do restaurante mais importante da cidade e amante do padre Benito. Diante do mundo real, Amaro é confrontado com a hipocrisia da Igreja, que condena as guerrilhas mas convive com chefes do tráfico de drogas.

O Primo Basílio (Eça de Queiroz) - 1988


Minissérie: Gilberto Braga. Direção: Daniel Filho

Basílio, filho bastardo de João de Brito, acaba de chegar da Inglaterra. Ele só tem olhos para Luísa, a sua bela e doce prima que parece exalar um ardor juvenil extremamente delicado. Durante um romântico passeio, Basílio conquista a jovem e surge o primeiro beijo. Mergulhada em sonhos, Luísa ainda não se dá conta do que acontece ao seu redor: a família Brito cai em falência e Basílio é obrigado a partir para o Brasil, a fim de refazer a vida e acumular fortuna. Antes de viajar, porém, promete casar-se com Luísa assim que regressar a Portugal. Durante os primeiros dias naquele país distante, Basílio escreve a Luísa com alguma assiduidade, mas, com o passar do tempo, deixa de mandar quaisquer notícias, até que acaba por escrever para terminar tudo entre ambos. Enquanto Jorge se ausenta de Lisboa, Basílio regressa e torna a seduzir a prima. Mas Juliana (empregada) intercepta uma carta dos dois e começa a chantagear a patroa com exigências absurdas.

O Primo Basílio (Eça de Queiroz) - 2007


Ambientado em São Paulo, em 1958, o filme conta a história de Luísa, uma jovem romântica. Casada com o engenheiro Jorge, ela se envolve com seu primo Basílio, um elegante bom-vivant. Vivendo entre a paixão e o amor, ela se vê chantageada pela empregada, que descobre seu caso com o primo.

Baseado no romance “O primo Basílio”, escrito pelo português Eça de Queiroz. “O primo Basílio” é um dos mais importantes romances de Eça de Queiroz. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX. O romance é o segundo escrito por Ela, logo após “O crime do Padre Amaro”, em que já havia retratado essa vida pequeno burguesa que se consolidou no decorrer daquele século. Com “O primo Basílio”, Eça muda a sua cena para a cidade, em busca de um cenário novo para as mesmas situações de hipocrisia e falsidade que nascem no âmago de um lar aparentemente feliz e perfeito.

DOCUMENTÁRIO: Carlos Drummond de Andrade, O Poeta de Sete Faces - 2002


O título do documentário remete ao Poema das sete faces publicado no primeiro livro de Drummond, Alguma poesia, de 1930. De acordo com o diretor, dá a idéia de alguém que vive à margem, fora do sistema, com um olhar crítico e inusitado sobre a realidade, uma característica que perpassa a vida e a obra do poeta. Além disso, apesar de Drummond não ter heterônimos, Paulo Thiago afirma, já no título, a amplitude e diversidade do poeta.

O Vestido (Carlos Drummond de Andrade) - 2004


Duas meninas descobrem no porão da casa, um velho e lindo vestido de festa. Querem saber como foi parar ali, principalmente depois que viram sua mãe chorando com o mesmo entre as mãos. Iniciam assim, uma investigação. Ainda mais: por que sempre à mesa, nas refeições, havia um prato reservado ao pai, que as havia abandonado há muitos anos?
Livremente inspirado no poema "Caso do Vestido" de Carlos Drummond De Andrade- Para levar o poema "Caso do Vestido" para as telas, o diretor Paulo Thiago trabalhou em uma primeira etapa com o escritor mineiro Carlos Herculano Lopes, autor de "Sombras de Julho" , "A Dança dos Cabelos", no desenvolvimento do poema sob forma de um romance. Em uma segunda etapa, o romance de Carlos Herculano serviu de base para o roteiro escrito por Paulo Thiago e Haroldo Marinho Barbosa.

sábado, 17 de novembro de 2007

O Saci (Monteiro Lobato) - 1953


Baseada na obra homônima de Monteiro Lobato, este é o primeiro filme baseado na obra do escritor. Raríssimo com a participação do primeiro elenco da TV Tupi responsáveis junto a Julio Gouveia e Tatiana Belinky por levar para a Tv o Sítio do Picapau Amarelo.

Monteiro Lobato, Furacão na Botocúndia - 1998


Produzido pela Videoimagem com roteiro de José Roberto Torero e direção de Roberto Elisabetsky, o vídeo se propõe a reconstruir o personagem Lobato à luz de elementos que renovam sua biografia. Embora admirado e presente no imaginário brasileiro, Monteiro Lobato mantém até hoje aspectos mal conhecidos ou mesmo distorcidos em sua vida e obra. A polêmica - marca registrada da personalidade de Lobato - permeia todo o documentário, através de depoimentos e de opiniões contraditórias a seu respeito.

Sagarana, o Duelo (João Guimarães Rosa) - 1990


Turíbio Todo (Joel Barcelos) volta da pescaria sem contra-aviso à sua esposa Mariana (Ítala Nandi) e a flagra namorando um caçador de cangaceiros (Milton Moraes). Turíbio arma-se de uma garrucha para se vingar, prepara tocaia, mas mata o homem errado. Para perseguil-lo pelo crime aparece justamente o amante da mulher. Em meio a caçada, os dois homens vão encontrando personagens do sertão mineiro. Todos ficam sabendo da guerra entre aqueles sujeitos e querem saber como vai terminar esse duelo.

A Hora e a vez de Augusto Matraga (João Guimarães Rosa) - 1965


Augusto Matraga é um violento fazendeiro. Traído pela esposa, ele é emboscado por seus inimigos e dado como morto. Mas, ele é salvo e volta-se para a religiosidade. Augusto conhece Joãozinho Bem Bem, jagunço que o faz viver um conflito interno, instigando os instintos violentos de sua personalidade. Matraga começa então a oscilar entre seu temperamento agressivo e o misticismo que não consegue mais abandonar.

Noites do Sertão (João Guimarães Rosa) - 1985


Consagrada no Brasil e no exterior, esta premiadíssima adaptação cinematográfica da obra de Guimarães Rosa, mostra o estranho universo de um viúvo e três solitárias mulheres. Separada do marido, Lalinha sai da cidade grande e passa uma temporada na fazenda do ex-sogro, localizada no sertão de Minas Gerais. Sua presença desperta estranhas emoções nas pessoas que vivem na pacata fazenda.

A Terceira Margem do Rio (João Guimarães Rosa) - 1994


Um homem abandona a casa, a mulher e os filhos para viver isolado numa canoa, no meio do rio. Jamais volta a pisar em terra firme, nunca mais aparece a ninguém. A Terceira Margem do Rio é uma adaptação de quatro histyórias de Primeiras Histórias, de João Guimarães Rosa: A Menina de Lá, Os Irmãos Dagobé, Sequência e Fatalidade. Por que o homem abandona a família e vai viver no meio do rio? São indagações que procuramos responder. Talvez a terceira margem do rio seja o que todo mundo procura e não sabe o que é.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Grande sertão: veredas (João Guimarães Rosa) - 1965

Após escrever com alta intensidade criativa durante dois anos, Guimarães Rosa chega ao terceiro livro em 1956: "Grande Sertão: Veredas", traz uma narrativa épica por 600 páginas e mostra de maneira inovadora para sua época e com a imprecionante técnica literária, o jeito rude do homem do sertão mineiro. Mais que um simples romance, Guimarães Rosa nos brinda com um "amor proibido" de imensa profundidade psicológica entre os personagens Riobaldo e Diadorim. O livro alcança tamanho impacto que extrapola os limites da língua sendo traduzido com enorme sucesso comercial para vários países. Em 1965, os irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira, com muito talento, realizaram esta digna primeira adaptação da obra, com roteiro aprovado pelo escritor, antecipando-se exatos 20 anos da adaptação para a TV através da minissérie homônima, um marco na história da televisão brasileira.

Guerra de Canudos (Euclides da Cunha) - 1997


Em 1893, Antônio Conselheiro (um monarquista assumido) e seus seguidores começam a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família, que tem opiniões conflitantes sobre Conselheiro.

Inocência (Visconde de Taunay) - 1983



No Brasil imperial, um médico itinerante (Édson Celulari) em suas andanças conhece uma moça acometida de malária (Fernanda Torres) por quem se apaixona, sendo correspondido. Entretanto, o pai da jovem a prometeu para um rico fazendeiro da região e não admite ter sua vontade contestada.

Gabriela (Jorge Amado) - 1983




Bahia, 1925. Uma das maiores secas da história do Nordeste leva para Ilhéus Gabriela, uma bela retirante que com sua beleza e sensualidade conquista a todos, principalmente Nacib, dono do bar mais popular da cidade, que emprega Gabriela para trabalhar em sua casa e com quem tem um caso. O relacionamento dos dois fica tão intenso que eles se casam, mas tudo parece desmoronar quando Gabriela lhe é infiel com o maior conquistador da cidade. Paralelamente, um "coronel" vai ser julgado por ter matado sua mulher com o amante. Os outros "coronéis" acham que ele tem de ser inocentado, pois houve um forte motivo para o crime, mas os tempos mudaram e determinados conceitos do passado estão sendo enterrados.

Dona Flor e seus Dois Maridos (Jorge Amado) - 1976



Durante o carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho , um mulherengo e jogador inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Flor, fica inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira, um farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma vida estável e tranqüila, mas tediosa e, de tanto "chamar" pelo primeiro marido, ele um dia aparece nu na sua cama. Então ela pede ajuda a uma amiga, dizendo que quase foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se prontifica a afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que precisa ser saciado.