quarta-feira, 13 de agosto de 2008

COLEÇÃO: PANORAMA HISTÓRICO NACIONAL.A ARTE NO AUGE DO IMPÉRIO (o romantismo - prosa) - VOL. 04


A primeira metade do século XIX foi de extrema instabilidade política: em 1808 chega à família real portuguesa e, como conseqüência disso, o país, em 1815, é elevada à condição de reino Unido. Em 1821 o rei volta a Portugal, deixando em seu lugar o filho, que proclama a independência em 1822. D. Pedro I, o primeiro imperador do Brasil livre, reina contra oposições liberais que o fazem renunciar em 1831. Sendo D. Pedro II menor de idade, o Brasil passa pelo período de regência, que se estende até 1840, quando então é declarado maior. Os primeiros anos do segundo Reinado foram palcos de revoltas republicanas, instigadas também pelos movimentos liberais que haviam atingido a França, os impérios da Europa Central e os reinos da Itália.
As artes plásticas desse período se desenvolvem sob patrocínio do estado monárquico, da Corte e dos “barões do café”. Como conseqüência desse mecenato, a pintura, se dedicou a temas épicos que louvavam os fatos e personagens políticos. O nacionalismo, fomentado desde os tempos coloniais, orienta a temática na busca de origens raciais, à moda européia. É a hora e a vez do nosso indígena, representado por composições e obras literárias que exaltam, num impulso romântico, sua imagem de pureza, bons sentimentos e heroísmo, tendência que encobre a contribuição racial africana e posterga a solução do conflito gerado pela escravidão. A elite encomenda retratos, que enfeitam as salas das mansões, e algumas cenas-de-costume, que mostram a comodidade romântica dos interesses domésticos burgueses. Além desses temas há espaço para cenas bíblicas típicas do neoclassicismo.