quarta-feira, 28 de maio de 2008

Fernando Pessoa por Paulo Autran


"A voz de Paulo Autran, como a de Orfeu, está a serviço da sedução e da poesia. Ouvi-lo é mais que ouvir meio século de teatro no Brasil, é ouvir a voz intemporal que une a Grécia aos dramas tropicais. Ao gravar Fernando Pessoa continua seu trabalho poético-teatral que há décadas vem reunindo Drummond e Gonçalves Dias. Aqui, a doçura de sua voz, a fúria de sua voz, o drama de sua voz, a ironia de sua voz fazendo falar a ironia, o drama, a fúria e a doçura de Pessoa e todos nós. O gesto da voz. O gesto na voz. O corpo ausente, a voz flutua, emerge, irrompe, atalha, pontua. A voz pura, como a poesia, dizendo-se a si mesma. "Ode triunfal", por exemplo, é uma aula magna de dicção, de sonoridade, significados e inflexões. Neste século em que a poesia tornou-se por demais gráfica e opaca, a voz de Paulo Autran recupera o sentido oracular do mistério poético".
Affonso Romanno de Sant'Anna


FAIXAS:
Autopsicografia
Vem sentar-te comigo Lídia
O guardador de rebanhos (parte VIII)
Cruz na porta da tabacaria
Aniversário
O menino da sua mãe
Poema em linha reta
Quero ignorado
Se te queres matar
Tenho dó das estrelas
Esta velha angústia
Ah, um soneto...
Grandes são os desertos
Vem, noite
O monstrengo
Ode triunfal
Quando era jovem